A greve, como é sabido por todos, é um instrumento de luta, enquanto mecanismo de pressão, por meio do qual o servidor busca defender ou garantir seus direitos quando não há negociação por parte das autoridades que dirigem o órgão ou entidade ao qual esteja vinculado.
Diante dessa situação extrema, é muito comum essas “autoridades” tentarem sufocar o movimento, aproveitando-se dos mecanismos da força estatal, como ações judiciais, ameaças veladas, retaliações, perseguições etc.
Como, em regra, essas “autoridades” não são servidores de carreira, mas meras indicações políticas, elas costumam agir com mão de ferro, cometendo, por vezes, diversas arbitrariedades e ilegalidades contra aqueles que aderem ao movimento paredista.
Hodiernamente, um sindicato, juridicamente, bem preparado sabe dirimir com tranquilidade essas questões, pois os excessos praticados por essas “autoridades”, ainda que sob o pretexto da tão invocada conveniência da Administração Pública, podem ser levados a órgãos e entidades de combate e controle de ilegalidades, como Ministério Público, OAB e Poder Judiciário.
Há de se ressaltar que certas práticas podem até levar o servidor a adoecer, causando-lhe sofrimento físico, psíquico e emocional.
Neste particular, constatada a violação da dignidade humana, o gestor responsável deve ser denunciado imediatamente, pois esse tipo de prática é totalmente vedada, não somente pelo ordenamento jurídico brasileiro, mas por tratados internacionais (Pacto de San José da Costa Rica), convenções da Organização Internacional do Trabalho e Comissões de Direitos Humanos.
Em um momento de greve, é comum as cisões, crises e conflitos, mas o coletivo deve ser cada vez mais fortalecido, pois somente o espírito de união e solidariedade entre os servidores permitirá a conquista de condições mais dignas para todos.
Por fim, jamais se deve esquecer de que os diversos direitos dos quais gozamos hoje foram frutos de inúmeras lutas árduas travadas por gerações que nos antecederam.
“A greve, no fundo, é a linguagem dos que não são ouvidos." (Martin Luther King)